“Para ser campeão, Benfica tem de ganhar os próximos três jogos”
É de calculadora na mão que Benfica, FC Porto e Sporting de Braga vão entrar nas últimas cinco jornadas e, a poucos dias da deslocação do líder a Barcelos, Nandinho – antigo jogador de Benfica e Gil Vicente – aponta o caminho à equipa de Roger Schmidt para não deixar escapar o título: encarar os próximos três jogos como finais para vencer, ficando com margem para uma derrota em Alvalade.
“Não deixa de ser um dérbi, é o rival direto, e certamente o Sporting vai querer ganhar. Por isso, se o Benfica aspira a ser campeão, o fundamental é chegar a esse jogo com a vantagem que tem. Mas é preciso fazer por isso. Não deixam de ser três jogos difíceis, com as deslocações a Barcelos e a Portimão, e o Braga em casa”, diz, antes de elogiar os minhotos.
“Quer queiramos, quer não, o Braga neste momento é um candidato e está à espreita. Também é verdade que, do outro lado, o Porto tem de fazer a sua parte e, apesar do calendário teoricamente ser mais favorável, não significa que vá vencer os jogos todos. Acho que é fundamental para o Benfica chegar a Alvalade com margem de erro para que, se perder esse jogo, ainda possa ser campeão na última jornada”, declara Nandinho, em entrevista a BOLA BRANCA DA RADIO RENASCENÇA.
Nandinho representou o Benfica durante uma temporada e o Gil Vicente ao longo de quatro épocas e meia.
O antigo avançado identifica as dificuldades que os encarnados vão encontrar no Estádio Cidade de Barcelos, não apenas pelo momento de menor fulgor que a equipa vive, mas também por aquilo que tem sido o desempenho caseiro do conjunto orientado por Daniel Sousa.
“O Gil, em casa, é muito forte e tem perdido muito poucos pontos, é sempre uma deslocação muito difícil. Acresce o facto de o Benfica não viver um bom momento. Claramente o Benfica não está no seu melhor momento, está numa fase menos boa. É verdade que venceu o último jogo com o Estoril, mas com muitas dificuldades. Sente-se que é um Benfica muito nervoso, com os jogadores muito nervosos e precipitados, se calhar com menos frescura física, por isso acredito que vai ser um jogo extremamente difícil para o Benfica”, diz.
No entanto, Nandinho diz que o Benfica “sabe que não pode desperdiçar pontos frente o Gil Vicente, até porque tem um calendário difícil até ao fim”.
Confrontado com o refrescamento operado por Roger Schmidt frente ao Estoril, Nandinho diz acreditar que a linha seguida pelo técnico do Benfica se vai manter, com João Neves a ser titular pelo segundo jogo consecutivo no meio-campo encarnado.
“Acredito que sim, até porque o Benfica precisava de refrescar alguns dos seus setores. Há jogadores, como o caso de Florentino, que foram importante em grande período da época que, porventura, terão baixado um pouco o seu rendimento”, diz.
“Os jogadores não são máquinas e é normal que haja este oscilar de forma. O Benfica tem um plantel não só na equipa principal, mas em que pode também recrutar jogadores de qualidade à equipa B. João Neves é um desses jovens com qualidade, tem-no demonstrado sempre que é chamado; por isso acredito que o João Neves, face até ao que foi a sua exibição com o Estoril, se possa manter no onze do Benfica para que, pelo menos no setor nevrálgico, no meio-campo, a equipa consiga ter o rendimento que teve até determinada altura e que perdeu nos últimos jogos”, declara.
À espera de um “projeto de início” para prosseguir a carreira de treinador
Nandinho – treinador com licença UEFA Pro – está sem clube desde que em fevereiro deste ano saiu do comando técnico da B SAD, um projeto assumido a meio da época e que acabaria por não correr de acordo com as expetativas do treinador de 50 anos de idade.
Depois de ter treinado Gil Vicente, Famalicão e Almeria B, Nandinho manifesta a vontade de voltar a sentir a adrenalina dos jogos, já no início da próxima temporada.
“Gostaria de começar um projeto de início. Sempre que os comecei, tive a felicidade de fazer bons trabalhos e de os terminar; quando se entra a meio é mais complicado. A minha vontade é tentar entrar já no início da próxima época, aqui ou fora, seja onde for, desde que seja um projeto do meu agrado. É essa a minha vontade”, remata.