Mundial de 2030 Realizado em Três Continentes

Portugal vai mesmo acolher o Mundial de 2030 com Espanha e Marrocos, mas com jogos na América do Sul





A FIFA anunciou que a candidatura conjunta entre Portugal, Espanha e Marrocos vai mesmo ser a anfitriã da edição do torneio marcada para daqui a sete anos. Mas há uma novidade radicalmente diferente: por marcar o centenário da competição, os três primeiros jogos vão acontecer no Uruguai, no Paraguai e na Argentina. Um Mundial, seis países e três continentes.
Pela primeira vez, um Campeonato do Mundo será acolhido por Portugal, que voltará a receber um enorme torneio de futebol após ter acolhido o Europeu de 2004 da fatídica derrota da seleção nacional na final. Para o vindouro torneio ser ainda mais especial, terá o seu quê de inusitado: além de Portugal e os vizinhos Espanha e Marrocos, com os quais se fez a candidatura conjunta escolhida pela FIFA, o Mundial de 2030 será ainda jogado em outros três países.



Resumindo as primeiras conclusões feitas do pouco que é possível concluir, o torneio terá 48 seleções, Portugal terá muitos dos 101 jogos previstos para a competição e nunca houve tantas nações a serem anfitriãs de um mesmo torneio da FIFA.
Por ser a edição que vai assinalar os 100 anos do maior dos torneios de futebol, a entidade escolheu abanar ainda mais os seus hábitos: as três primeiras partidas do Mundial serão realizadas no Uruguai, na Argentina e no Paraguai. Esta ‘invenção’ da FIFA implicaria que os seis países anfitriões usufruíssem de qualificação direta para a competição, algo que seria inédito – no comunicado em que deu a boa-nova, contudo, a entidade apenas refere que o apuramento está garantido para Portugal, Espanha e Marrocos.
As três nações sul-americanas tinham também formalizado uma candidatura conjunta, embaladas pela força do tal simbolismo de o primeiro Mundial da história, realizado em 1930, ter acontecido no Uruguai – que conquistou o torneio, ganhando aos argentinos na final. Concedendo uma partida a cada país, era previsível que a partida inaugural em 2030 seja no mesmo Estádio Centenário, em Montevidéu, onde se jogou a tal decisão (4-2 para os anfitriões).



Pelo que se lê no comunicado da FIFA, o seu Conselho deliberou sobre esse “contexto histórico” e “concordou unanimemente” em realizar “uma cerimónia centenária” na capital uruguaia. “Num mundo dividido, a FIFA e o futebol estão a unir”, defendeu Gianni Infantino, o presidente da entidade que se endereçou à escolha pela candidatura de Portugal, Espanha e Marrocos: “Dois continentes unidos não só em celebração do futebol, mas também na providência de uma coesão social e cultural únicas.” Infantino louvou, ainda, a “grande mensagem de paz, tolerância e inclusão”.
Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, pouco demorou a reagir oficialmente à novidade, também via comunicado: “Cada um dos nossos países traz para a mesa uma vibrante tradição futebolística, uma inigualável experiência organizativa e uma capacidade de inovar que seguramente marcará o futuro da competição.”




De fora acabou por ficar a Ucrânia, que constava na primeira versão da candidatura ibérica. Em abril, o próprio António Costa revelara que a Ucrânia se mantinha na proposta. “Temos a ambição de, em conjunto com Espanha, Marrocos e Ucrânia, organizar o Mundial de 2030”, anunciara o Primeiro-Ministro, ao discursar no 47.º congresso da UEFA, em Lisboa.