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Nani Anuncia Fim da Carreira

Nani Anuncia Fim da Carreira de Jogador Profissional

Num vídeo publicado nas redes sociais, o campeão da Europa em 2016 com Portugal e em 2008 pelo Manchester United comunicou o adeus aos relvados como futebolista. Um dos melhores jogadores de sempre do futebol nacional despede-se com 38 anos, após atuar 112 vezes pela seleção principal e marcar 24 golos. Alinhava no Estrela da Amadora, que representou em 10 partidas esta época
Certo dia, alguém disse a um menino de 7 anos para ir experimentar treinos de futebol. O menino aceitou, mas disseram-lhe para ir de comboio. O rapaz, que vivia na Amadora e crescia sabendo o que era ter fome, e não apenas ter vontade de comer, não tinha dinheiro para o comboio.

Mas não se intimidou com a distância. Foi a correr. Foi a primeira vez que foi a uma sessão de treinos. Nos 30 anos seguintes, aquela tornou-se a sua vida. A bola, o relvado, os colegas. Até agora.

O menino da Amadora tornou-se num dos melhores jogadores da história do futebol português, numa carreira que agora acaba. Luís Carlos Almeida da Cunha, mais conhecido por Nani, a alcunha que a irmã um dia lhe deu, anunciou que termina o percurso como futebolista profissional. O atacante tinha contrato com o Estrela da Amadora, que representou em 10 partidas esta época.

Aos 38 anos, o ponto final foi comunicado através de um vídeo nas redes sociais. “Tudo tem um fim”, diz Nani, que confessa ser “a decisão mais importante” da sua vida profissional. Após uma “carreira bonita”, com “muitas conquistas”, o jogador passa a ex-jogador com “o sentimento de dever cumprido”.

Tendo-se estreado na equipa principal do Sporting em 2005, com José Peseiro, Nani foi um dois mais relevantes jogadores portugueses da sua geração. Somou 112 internacionalizações, a quinta maior marca da história da seleção principal, e marcou 24 golos, o nono melhor registo de sempre.

Titular indiscutível de Portugal durante vários anos, esteve em três Europeus e num Mundial. A sua preponderância atingiu o nível mais elevado no Euro 2016, quando marcou três golos, fez uma assistência e foi fundamental para o coletivo de Fernando Santos. Em França, foi uma referência técnica e de liderança, assumindo a braçadeira quando Cristiano Ronaldo se lesionou na final frente aos anfitriões.
A nível de clubes, a sua carreira fica essencialmente ligada ao Sporting e ao Manchester United. Nos leões, efetuou 141 encontros, vencendo três Taças de Portugal e uma Taça da Liga. Voltou duas vezes em Alvalade, primeiro em 2014 e depois em 2018.

Em Inglaterra, atingiu o auge da carreira. Fez 230 partidas pelos red devils, ganhando a Liga dos Campeões em 2007/08 e triunfando quatro vezes na Premier League.

A carreira de Nani fica também marcada pela volta ao mundo que o jogador deu. Passou por Valencia, Fenerbahçe, Lazio, Orlando City, Veneza, Melbourne Victory e Adana Demirsport.

Fechou o percurso no Estrela da Amadora, o clube da sua cidade. O primeiro golo como sénior foi ao Boavista, quando era um adolescente que dava saltos mortais, e o último golo foi ao Boavista, cerrando o círculo do menino que ia a correr para os treinos.

No adeus, diz-se “preparado” para outros caminhos dentro do futebol, nomeadamente com a academia para jovens que acabou de inaugurar. “O futebol deu-me muito e o meu sentimento é devolver tudo o que o futebol me deu”, diz.

Os “momentos difíceis” que passou recentemente, nomeadamente a morte do pai, foram apontados como sendo importantes para esta decisão. Nani quer “passar mais tempo com a família”, porque precisa de “estar com eles”.